O feminismo e Orange is The New Black

O #PapoFeminsta é aquele cantinho especial onde xs Intermidiáticxs gritam “O QUE DISSE MACHISTA?”. É aqui que a gente usa tudo que estudamos sobre Teoria Feminista pra analisar e problematizar filmes, séries, políticas públicas, canais de comunicação e várias outras construções surgidas nessa sociedade patriarcal que merecem ser repensadas.

Foto: Divulgação/Netflix

“Orange is the New Black” se baseia na história real de Piper Chapman, quando foi obrigada cumprir pena em um presídio feminino por crime de tráfico de drogas. A série, que estreou em julho de 2013, é uma das primeiras produções originais do serviço de streaming da Netflix. Segundo o Nielsen Media, instituto que mede a audiência de produtos cinematográficos estadunidenses, “Orange is the New Black”, durante os três primeiros dias de estreia, contabilizou cerca de 6 milhões de usuários em média.

A série retrata o período carcerário de Piper Chapman (Taylor Schilling), acusada de tráfico de drogas e condenada a cumprir um ano e três meses de prisão em uma penitenciária feminina após ser denunciada, quase 10 anos depois do ocorrido, por Alex Vause, sua ex-namorada no tempo do crime. Para entender melhor o seriado, é importante ressaltar o significado da expressão “Orange is the New Black”. Nela, é feita uma referência de que a personagem principal em uma posição privilegiada que acaba sendo presa, passando a usar laranja, cor do traje de presidiárias. A cor preta no nome expressa o que está na moda, em alta, tendência.

O seriado conta com diversas personagens, mulheres de diferentes sexualidades, raças, etnias, classes socioeconômicas. Todas detêm seu espaço e trajetória, resgatando, com isso, a história de grupos marginalizados. As distinções desses grupos se dá principalmente na fala. A variedade de identidades de gênero também é marcante na série. Essa variedade faz com que sejam tratados assuntos como machismo e abuso de poder, num ambiente majoritariamente feminino.


No processo de produção, o elenco principal da série conta com 14 mulheres. Além disso, muitas roteiristas e diretoras são mulheres, o que tem refletido no trabalho de proporcionar visibilidade e de representar a multiplicidade das mulheres, principalmente daquelas em situação de cárcere. A construção das personagens e a perspectiva feminina é marcante na série. “Orange is the New Black” mostra as histórias de mulheres negras, trans, latinas, lésbicas sem estereotipá-las e subestimá-las.

Por certo, a série é centrada na temática do feminismo, visto que é questionado ao longo da produção o papel de gênero e o espaço da mulher. A sexualidade está elencada como a principal questão da série. Os maus tratos dos agentes com as detentas reflete ainda as relações de poder na sociedade, fazendo-nos pensar em quem está no domínio e quem é dominado. Por fim, o seriado está em constante contato com o feminismo negro, promovendo as suas pautas e refletindo sobre seu objetivos em contraste à vivência da mulher branca, através de diálogos entre as personagens Taystee e Chapman.

Autor: Hayom Tovi C. Silva

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